quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Continuamos vivíssimos!

De repente bateu uma saudade danada desse cantinho, onde podemos nos expor, abrir o peito e colocar tudo pra fora, sem censuras ou coisa do tipo...
Também porque estou sozinho em casa esses dias, bateu uma certa melancolia. 
Sozinho mas nem tanto. 
Afinal 3 criaturinhas fazem questão de mostrar que minha presença é sentida. 

Melo foi visitar os pais em Teresina/PI e eu fiquei tomando conta das crianças. 
Que eu não apresentei ainda né: Meg fará 4 anos em novembro. 
Binha fará 3 e Liu fará 2 aninhos.Preciso dar a cara a tapas e explicar meu sumiço. Se bem que sumir aqui nesse nosso Blogsville é mais que normal..tava dando uma olhada em alguns blogs e ví que muitos estão na fase do sumiço...normal! Alguém já disse que faz parte, mas que mais importante é voltar! Concordo...
Então gente, há 1 ano desempregado, sofrendo todo tipo de limitação que essa cultura capitalista nos impõe. Na verdade é a nossa cultura de que uma pessoa com 50 anos não serve pra nada. Tô exagerando um pouco..relaxa! Mas quando digo tenho sofrido, é que isso mexe muito com a cabeça da gente. Ficar dependente financeiramente de outra pessoa, independente de quem quer que seja, não é animador.
A gente tem que fazer limpeza mental todos os dias, se não o bicho pega. E é claro, pegou. E muito! Tive momentos de total desânimo. Pasmem...até uma certa deprê tentou se instalar. Mas meus guardiães rapidamente me colocaram no prumo. Bom, então o fator desemprego, contribuiu para minha ausência. Outro motivo que posso citar, foi o período de readaptação à cultura soteropolitana. Gente, não é fácil não. Eu comparo viver em Salvador, como um dos maiores desafios. É como ir morar na Africa. Tudo muito diferente de tudo que a gente já viu por esse Brasil afora. Não tô exagerando não. Todos meus amigos que vieram me visitar, falaram a mesma coisa: ou são os costumes, ou é a falta de educação, ou a falta de profissionalismo em lidar com seus clientes. Uma certa apatia no atendimento. Ou o trânsito maluco, onde não se vê um único agente de trânsito. Onde ninguém fica na sua faixa e muda repentinamente sem dar seta. Ou a tranquilidade tanto dos motoristas, quanto das pessoas pra atravessarem as ruas ou pra pegar o ônibus, ou pra pedir a parada. Gente, a tranquilidade baiana é algo que incomoda. Mas até descobrir que eu precisava desacelerar, foi uma vida. Quando caiu a ficha, comecei a agir como eles agem. Outro dia na fila do mercado, era como estar assistindo um filme em slow motion. A vagarosidade das pessoas pra tirar as compras do carrinho, botar em cima da bancada. Daí a morosidade do caixa, pra pegar um por um, olhar, ver o que ia digitar, depois a lerdeza pra botar o cartão na maquineta....gente eu quase tive um treco. Juro! Mas foi quando uma luz se acendeu. Bingo. Disse pra mim: a partir de hoje eu vou fazer pior. E fiz! O mais engraçado foi ver a cara do caixa me olhando, como se eu fosse um anormal...kkkkkkkkkkkk
Só rindo viu! É isso. Superei a tal fase do aculturamento. Preciso contar uma história: Conheci um paulista, morando aqui há 4 anos. Veio transferido numa empresa multinacional. Bonito e gostoso, mas mau humorado. E o motivo? Não conseguia se adaptar a vida e a cultura baiana. Dava até pena vê-lo reclamar de tudo. Eu ainda estava na minha fase de incredulidade, então fazia cara de: nossa, é assim mesmo? E foi. Pude comprovar que tudo era verdade. Não adiantou eu espernear como meu conhecido paulista. O jeito foi se moldar. Taí a palavra chave: a gente tem que se moldar. fazer vista grossa pra um monte de coisas, senão a gente tá fudido e de baixo astral. E baixo astral é uma outra história no cotidianos daqui. As pessoas não se cumprimentam na rua. Só cumprimenta quem já se conhece. Baiano tem a fama de ser extrovertido e os cambal..que nada. Baiano é caricato só isso. Mas na verdade é em geral muito mal educado. Não pede licença, não diz obrigado. Não diz por favor. Na rua te atropela como se você fosse invisível. Enfim, baiano só é "porreta" com turista, porque vê nele um potencial a ser explorado...literalmente! Olha, vamos deixar a coisa bem clara. Se vocês acharem que eu tô pegando demais no pé dos baianos, depois comentem tá. Mas deixa eu falar. É minha redenção! Passei uns períodos muito puto e agora to me libertando. Então gueta firme ai ok?
Mas vocês devem estar se perguntando: Mas eu não conhecia a cultura soteropolitana? Sim, conhecia, há 30 anos atrás, quando eu tinha 27. A cidade em sí não mudou grande coisa. Mas quem mudou fui eu. Aqui nos anos 80 eu vivi as maiores experiências da minha vida. Essas lembranças me acompanharam como um mantra e meu maior sonho era retornar e reviver tudo aquilo. Ô coitado! Sonho de tolo. Outras vibrações e energias. Outra sintonia. E foi isso, uma nova reaprendizagem, readaptação e um processo lento e difícil. Mas estamos sobrevivendo. Eu e meu fiel escudeiro Meloso (esse pode escrever vários livros dessa epopeia, tadinho). Enfim pessoal, era isso para o momento. 
Um beijo baiano com gosto de acarajé e pimento de cheiro!! Só queria atualizá-los um pouco. Vai perdoando aí se minha escrita foi de reclamação..juro que não era minha intenção...hehehehehehehe

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